Efaesccb's Blog

31 de Março de 2010

CAPUCHINHO VERMELHO

Filed under: EFA ESCCB — efaesccb @ 8:36 pm

A menina do capuchinho vermelho

 

Narrador – Era uma vez uma menina muito bonita, muito bem desenhada e pintada, mas que estava farta de viver num tempo muito antigo, num livro já velho e ultrapassado e que ainda por cima estava a ser devorado pelo caruncho. Esta linda menina de cabeça amarela e olhos de botão corria um grande risco de desaparecer e com ela a sua história.

É certo que a história se perdeu (malandro do caruncho), mas a menina cá continua e com ela uma nova lição se reescreve. A vida passada desta menina não a sabemos, mas esta que agora contamos é a mais verdadeira do mundo, porque a vimos acontecer com olhos do tamanho da lua que tudo vêem, até o que está na sombra.

Foi assim que aconteceu:

Como já tínhamos dito, esta menina saiu de um velho livro muito carunchoso e poeirento. Logo ao renascer, a coisa foi difícil, não tanto quanto o que há-de vir, mas, apanhar uma camada de piolhos, antes quase de respirar, não é para todos.

É verdade, esta nossa amiga lembrou-se logo de abandonar a sua condição de papel pintado e passar a carne da nossa carne no dia em que os piolhos estavam de visita a esta velha casa do caruncho. Como não será de estranhar, zucla…

Piolho – Este cabelinho já cá canta!

Narrador – Pois é, talvez seja melhor calar-me e deixar a conversa aqui com os meus amigos do B2 a quem por estes dias já contei esta anedota e que bem melhor eles o farão para vocês (com bonecada e tudo).

Mãe – Então minha filha foste outra vez a casa do coelhinho da Páscoa, bem te disse que ele não era de fiar, lá em casa dele é só bicheza.

C. V. – Mas ele é tão fofinho, mãe. E, desta vez, a piolhada veio-me do livro.

Mãe – Do livro?

C. V. – Sim, quando encarnei, parece que havia uma festa de aniversário do Zé Caruncho e eles convidaram a família do lado da Maria Pulga.

Mãe – Então a nossa família aumentou!

C. V. – E de que maneira. Nada menos que trinta e sete mil quatrocentos e oitenta e cinco seres vivos.

MãeUuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Vamos ter de contratar um pelotão de fuzilamento; é que já quase não se te vê o cabelo.

C. V.Aiiiiiiiiiiiiiiii. Estou a ficar feia…

Mãe – Não te preocupes. Eu vou fazer-te uma capa com um capuz que te tape a cabeça. Entretanto havemos de arranjar maneira de resolver esta explosão demográfica capilar.

C. V. – A avó é que havia de ter uma solução para isto, ela sabe sempre tudo.

Mãe – Pois é…

C.V. – Mas ela está doente.

Mãe – Maldita alergia…

C.V. – Já sei, vou ligar-lhe, sempre nos pode dar algum conselho.

(Liga à avó, toque do Toni carreira)

C. V. – Tou vó. Tás melhor das alergias?

Avó – Já passou tudo. Sabes, a cortizona resolve essas coisas todas. Até as alergias de rabanadas com aletria.

CV. – É que eu estou com um problema muito grande.

Avó – Diz lá minha netinha.

(A mãe interrompe trazendo o capuz acabado de fazer)

Mãe – Já está, podes pôr.

C.V. – Vermelho?! Pouca sorte… Estou a falar com a avó. (Voltando à conversa com a avó.) Tou com uma camada de piolhos, que já nem sei o que fazer. A minha mãe ainda me fez um capuz para pôr na cabeça, mas não resolveu nada. Ainda por cima o capuz é vermelho. Se saio assim à rua ainda me começam a chamar capuchinho vermelho.

Avó – Não te preocupes que eu tenho de ir à farmácia pagar a minha conta e trago-te de lá um remedinho santo.

C. V. – Obrigado avó.

Avó – Até já minha capuchinha… eheh

C. V.brrrrrrrrrrrr…

Avó – Diz à tua mãe que o problema está resolvido. Ciao.

C.V. – Ciao.

(falando para a mãe que entra em cena) Mãe, a avó já tratou de tudo.

            Narrador – (Num tom brincalhão) Mudando de cena.

Aparece a avozinha a caminho da farmácia.

            Avó – Eu vou, eu vou, comprar quitoso eu vou…

                        Eu vou, eu vou, comprar quitoso eu vou…

Narrador – É interrompida pelo lobo que lhe pergunta:

            Lobo – Onde vai assim tão contente minha beldade?

            Avó – Ai… Olha agora… Eu não falo contigo que tu és mau e só ainda não me tentaste botar o dente que a minha carne já é muito dura.

            Lobo – Não, não minha senhora. Eu sou um lobo vegetariano, até estou inscrito num programa de carnívoros anónimos. Já não como carne há mais de 83 anos, quer dizer 38… Ah, muito tempo…

            Avó – Está bem. Vou fazer de conta que acredito em ti, que é para não estragar a história. Vou à farmácia pagar a minha conta da cortizona para as micoses e comprar Quitoso para a minha neta que mora lá por detrás do segundo pinheiro, depois do carvalho, que está ao lado do sobreiro, que fica à frente do grande plátano das folhas azuis às bolinhas amarelas.

            Lobo – Pode repetir? É que se não, não consigo dar com a casa, nem comer ninguém.

            Avó Bah. Se a história não correr mal, tu ao fim vais morrer, por isso… A minha neta mora por detrás do segundo pinheiro, depois do carvalho que está ao lado do sobreiro que fica à frente do grande plátano das folhas azuis às bolinhas amarelas, como o biquíni. (música do biquíni às bolinhas amarelas)

            Lobo – Ah… Olhe que esse Quitoso não serve de nada. O melhor é seguir por este caminho sem saída e lá ao fundo encontra umas ervas quaisquer que são muito boas para isso dos piolhos.

            Avó – Muito obrigado senhor lobo vegetariano.

            Lobo – De nada, avó por pouco mais tempo.

Narrador – O lobo vai então à procura da tal casa que fica por detrás do segundo pinheiro, depois do carvalho que está ao lado do sobreiro que fica à frente do grande plátano das folhas azuis às bolinhas amarelas.

            Lobo – Truz, truz, truz.

            C.V. – Quem é?

            Lobo – Sou a tua avozinha, e trago-te aqui um belo quitoso…

            C.V. – És tu avó, até parece que tens a voz à Zeca Afonso. (toca uma música de Zeca Afonso)

            Lobo – Deve ser da micose nas amígdalas.

            C.V. – Ah… (Abre a porta) Avozinha, estás tão diferente, o que é que aconteceu? Estás tão peluda?

            Avó/Lobo – Acho que deve ter sido da cortizona e não tive tempo de ir ao barbeiro.

            C.V. – Então é melhor não te chegares a mim por causa dos piolhos.

            Avó/Lobo – Bem me cheirou, por isso o nariz me cresceu.

            C.V. – Bem me parecias o Pinóquio, mas essa deve ser outra história…

            Avó/Lobo – Não fujas, chega-te cá que eu quero-te é pertinho de mim.

C.V. – Só depois de um bom banho, pêlo rapadinho, unhas cortadas, dentinhos bem escovados (sim, que até pareces o Spoch da Guerra das Estrelas). Bom, bom era ires à máquina zero (música do Rui Veloso). Para além disso, estás um bocadinho gordinha, acho que devias ir ao Tallon. Depois chego-me a ti. Aliás até ficas pronta para o engate.

Avó/Lobo – Eu engatava era os dentes nessa carninha tenrinha. (esfregando a barriga)

C.V. – Ai, desgraçadinha de mim…

Narrador – Pois é, já foste Capuchinho, ah, ah, ah. Entretanto chega a avozinha e o lobo faz-se a ela para lhe deitar o dente, faz-se a ela, mas não a abocanha, porque chega o pelotão de fuzilamento dos piolhos, chamado pela mãe, acompanhado pela ministra da saúde, que vinha inspeccionar o acto. A avozinha aproveita a visita e grita alto e a bom som.

Avozinha – Valha-me Deus nossa Senhora!!! Lá se foi o meu Capuchinho Vermelho para a barriga do lobo e eu nem lhe pude dar o Quitoso!

Narrador – A ministra da saúde decretou logo ali que o lobo mau se retratasse, deitando cá para fora o Capuchinho Vermelho e o pelotão de fuzilamento, juntamente com o Quitoso lá puderam fazer o seu trabalho, exterminando os piolhos da menina de cabeça amarela e olhos de botão, conhecida desde então, para mal dos seus pecados, como O Capuchinho Vermelho.

Formandos:

Alfredo Lima

Armanda Ferreira

Anabela Carvalho

Sameiro Mesquita

Avelina Baptista

Vânia Pereira

Paulo Rodrigues

Sandra Silva

Madalena Cardoso

Marina Oliveira

Conceição Peixoto

Victor Gramaxo

Tânia Azevedo

Conceição Morais

Arnaldo Ferreira

Manuel Sousa

Formadores:

Filipe Silva

Joana Marques

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